Em visita ao Museu de Artes e Ofícios (MAO), localizado na Praça Rui Barbosa s/n, no Centro de Belo Horizonte – MG, no dia 29 de Agosto de 2009, no período total de 3 (três) horas. Houve uma conclusão positiva e um claro entendimento sobre a influência do passado recente e a contemporaneidade, principalmente sobre as questões sociais do trabalho no Brasil, onde o acervo do MAO é dedicado ao universo do trabalho, das artes e dos ofícios nacionais. Aonde o trabalhador se encontra com ele mesmo, suas histórias e com o seu tempo. Mas quando analisamos a interferência dos ofícios, artes e trabalho, na historia atual, vemos o quando a sociedade se modificou. Ofícios/trabalhos, que antes, necessitavam de vários homens para a sua execução, hoje é feito de maneira mais unitária diferente a do século IX. “[...] o homem pós-moderno [...] se entrega ao presente e ao prazer, ao consumo e ao individualismo” (SANTOS, 1986, p.10), sendo que somente um homem pós-moderno é capaz de realizar tarefas mais complexas, em curto espaço de tempo, individualizando-o, sendo narcisista e não preocupando com o seu passado, muito menos com o seu futuro, passado este que é de extrema importância para um entendimento lógico de questões contemporâneas. Quando Jair Ferreira dos Santos, cita que – “O individuo atual nasceu com o modernismo, mas seu exagero narcisista é um acréscimo pós-moderno.” (SANTOS, 1986, p.18) – deixa claro que o individuo atual, já era narciso em tempos atrás, isso não é uma característica pós-moderna, mas está cada vez mais atuante com o passar do tempo. Isto é visto quando reparamos e analisamos as peças do oficio dos artigos relacionados com a estética. Antes simples, produzindo um modelo básico para uma determinada classe, e hoje, complexo que cada vez mais, tende a criar modelos exclusivos, individualizando as pessoas, até mesmo as pertencentes de uma mesma classe.
A visita a este museu, especificamente, foi muito produtiva. Assim, conhecendo o passado para entender e explicar melhor o presente. Mas infelizmente, a grande maioria da população deixou de exercer este hábito, trocando o museu, teatro, cinema, exposição, por meros passeios aos shoppings, lugares chulos e sem cunho cultural. Fazendo dessa sociedade menos crítica e totalmente influenciável. “Os pós-modernos querem rir levianamente de tudo.” (SANTOS, 1986, p.10), tanto que os pós-modernos estão cada vez mais, refletindo menos sobre os acontecimentos em qualquer esfera, de maneira que não levam a sérios fatos importantíssimos, principalmente os fatos históricos, sócio-políticos e culturais. Quando vemos o material exposto no MAO é quase impossível não fazer uma analogia entre estes diferentes períodos (moderno e pós-moderno, levando em consideração o trabalho proposto).
Infelizmente, não há no Museu, um acervo e/ou material exposto referente à comunicação. Não havendo uma possibilidade de um conhecimento aprofundado sobre esta questão. Com tudo, os pós-modernos sempre criando uma alegoria dos fatos sem a menor necessidade, deixando passar o que é realmente importante, “[...] eles não nos informam sobre o mundo, eles o refazem á sua maneira, hiper-realizam o mundo, transformando-o em um espetáculo” (SANTOS, 1986, p.12), eles repassando a mensagem/informação da maneira que lhes convêm, deixando a população a mercê dos fatos e acontecimentos. Influenciando o individualismo, cada vez mais presente, e contribuindo para uma comunicação impura, antiética e liquida. “Surge o neo individualismo pós-moderno, no qual o sujeito vive sem projetar, sem idéias, a não ser cultivar sua auto-imagem e buscas suas satisfações aqui e agora” (Santos, 1986, p. 30), sujeito, este, que se isolou de forma concreta e se expõem, cada vez mais, de forma virtual, em Orkut, Faceboock, Blog, entre outros, chamados, “sites de relacionamento”.
Em conclusão, vemos no MAO a importância de um período (pré-moderno e moderno) marcado, por desigualdade, exploração e precariedades. Mas um período, também, rico em relacionamento (restrito muitas vezes por parentesco), uma comunicação plural e publica (mesmo que feito pelas “namoradeiras na janela”). Vemos ainda que características se cruzam com o pós-moderno, claro que em proporções diferentes, mas que não podemos deixar de enxergar, absorver, e não cometer os mesmo erros já cometidos pelos nossos conterrâneos. Tomando cuidado com o individualismo exagerado, cuidado com o narcisismo, que é bem explicado no livro “O que é pós-moderno.”, da editora Brasiliense, aonde o autor cita que o “Narcisismo, amor desmedido e serviço pela própria imagem [...] falta de identidade, sentimento em vazio, resumem o sujeito pós-moderno” (SANTOS, 1986, p.102), sujeito pós-moderno, que esta cada vez mais esquecendo sua origem e mirando a sua visão para o seu ego.
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
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